- Área: 145 m²
- Ano: 2014
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Fotografias:Federico Cairoli
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Fabricantes: Alufran, Vidrieria BIA
Descrição enviada pela equipe de projeto. Trata-se de uma habitação unifamiliar localizada numa esquina que ocupa o interior de um pequeno galpão pré-existente que antigamente alojava uma oficina têxtil. O galpão é utilizado como proteção de uma urbanidade muito próxima.
Nesse momento nos interessava como William Kentridge, em algumas de suas coreografias, adaptar o corpo para se configurar em outra coisa, um tema também muito recorrente em suas gravuras. Associado a esta premissa e para produzir um efeito de estranhamento no galpão associado a outro destino, a casa é feita mediante a introdução de um corpo alheio que a ocupa, modela o interior e se desenvolve na vertical até se fazer visível na cobertura como um objeto estranho. Disto resulta um forte contraste entre um exterior severo pautado pelo galpão ressignificado e uma interioridade fluída que é resolvida em secção num mundo autônomo e introvertido.
O térreo abriga os espaços comuns - estar, copa, cozinha-, que ficam totalmente livres e abertos para um pátio interior localizado no fundo. Este espaço é pautado por um único pilar em forma de "V" invertido e a chegada da escada ao solo. O nível intermediário, que abriga o dormitório de Lola e um estúdio, é sustentado por este pilar e gera uma sequência de espaços com pé-direito duplo. O nível superior, que contém o dormitório dos pais, apóia-se sobre as paredes do galpão existente e possui um terraço. Os três níveis se vinculam por uma escada contínua realizada em madeira que em sua monumentalidade contrasta com a pequena escala da casa.
A partir do exterior, as paredes ásperas do galpão contrastam com o volume preto que se soma sobre a cobertura.